Sem trololo
empreitada da ação comunicativa: para quem tem alguns minutos para discutir política
Os sem-iPad LUIZ FELIPE PONDÉ – respostas
Categories: Geral

Theo 27/08/2011 (em negrito)

A culpa do que ocorre em Londres não é do consumo. Muitos se acostumaram a ser tratados como bebês
“Você sabia que agora existe em Londres o movimento dos sem-iPad? Coitadinhos deles. Quebram tudo porque a malvada sociedade do consumo os obriga a desejar iPads… No passado todo mundo era “obrigado” a desejar cavalos, tecidos de seda, especiarias, facas, tambores, ouro, mulheres…

Pra começar, o que o IPAD tem a ver com as calças? Quem começou com essa história de IPAD, alguém pode me dizer? Isso chega a ser insultante, o estopim de tudo isso foi o abuso policial, que não é novidade no mundo todo e esse fela-da-puta vem me falar de bebês e IPAD. Mas é bem mais fácil ridicularizar o que aconteceu e banalizar o abandono da juventude em todo o mundo.

Depois, Esse imbecil fez filosofia mesmo? ele estou alguma coisa? Tudo bem um cara que não teve instrução falar isso, mas: “No Passado”? O que vem a ser “no passado” Idade Média, Antiguidade? Absolutismo? Onde no passado? Ele quer dizer que Jesus Cristo não desejava um IPAD pra procurar os apóstolos no Face? ou que Moisés tuitou os dez mandamentos ? (já que ele se especializou em teologia).”Passado” não quer dizer nada, mesmo se quisesse: a sociedade de consumo está visceralmente vinculado ao capitalismo ( e me sinto até meio idiota tendo que falar uma coisa tão óbvia), portanto, caro Pondé-ló, realmente, as pessoas não eram impelidas a desejar cavalos ou qualquer outra coisa, não existia uma produção em massa de cavalos, seda ou IHORSES, o consumo massivo parte da produção massiva, é uma característica do capitalismo recente, não se compara duas coisas incomparáveis.

Como ficam as pessoas que desejam, não têm, mas nem por isso saqueiam lojas, mas sim trabalham duro? Seriam estes uns idiotas por saberem que nem tudo que queremos podemos ter e que a vida sempre foi dura?

E como ficam as pessoas que trabalham duro, seguem a lei e nem por isso deixam de ter os miolos estourados pela polícia? Seriam eles idiotas por saberem que não importam o que fazem são marginais a priori? Ou melhor quem não trabalha duro, não segue a lei e nem por isso deixa de ficar cada vez mais podre de rico ?

Esta questão é moral. Dizer que não é moral é não saber o que é moral, ou apenas oportunismo… moral. Resistir ao desejo é um problema de caráter. Um dos pecados do pensamento público hoje é não reconhecer o conceito de caráter.

tÁ bom, é uma questão, mas o que é moral, senhor filósofo? Existe só uma moral? (a moral da história?) porque essa moral vale para os pobres mas não vale para os ricos, corruptos e exploradores, tipo o dono do WallMart ou o Carlos Slim, dono das Telecomunicações no méxico, da claro e da embratel, que tem associações com o narcotráfico?

Logo existirão os “sem-Ferrari”, os “sem-Blackberry”, os “sem-Prada” também? Que tal um “bolsa Blackberry”? Devemos criar um imposto para os “sem-Blackberry”?

Ou para os Sem-Terra, Sem-teto, Sem-comida, Sem-dignidade e Sem-educação (o pondé é mal-educado, é diferente)

Na Inglaterra, dizem, existem famílias que nunca trabalharam vivendo graças ao governo há gerações. É, tem gente que ainda não aprendeu que não existe almoço de graça.
Isso é verdade, ou será que a alguém da familia real já trabalhou na vida? E ainda por cima não faz muito tempo o príncipe casou, imagina os sem-IPAD vendo uma cerimônia que custou milhões de libras e eles não podem ter um mísero IPAD….Acho que os convidados do casamento realmente não aprenderam que não existe almoço de graça, da onde veio a Bolsa Realeza?
Mas esse fenômeno de querer desculpar todo mundo da responsabilidade moral do que faz não é invenção de quem hoje justifica a violência em Londres clamando por justiça social na distribuição de iPads.
É conhecida a passagem na qual o “homem do subsolo” no livro “Memórias do Subsolo”, de Dostoiévski, abre suas confissões dizendo que é um homem amargo. Em seguida, alude à teoria comum de que ele assim o seria por sofrer do fígado. Logo, a culpa por ele ser amargo seria do fígado.
Ele recusa tal desculpa para sua personalidade insuportável e prefere assumir que é mesmo um homem mau. Eis um homem de caráter, coisa rara hoje em dia.
Isso é engraçado, não li o livro, mas logo no começo o DosTô escreve:  “Tanto o autor como o texto destas memórias são, naturalmente, imaginários. Todavia, pessoas como o seu autor não só podem, mas devem existir em nossa sociedade, desde que consideremos as circunstâncias em que, de um modo geral, ela se formou(…), ou seja…né?
Agora, todo mundo gosta de “algum fígado” (a sociedade de consumo, o patriarcalismo, a Apple) que justifique suas misérias morais.

O profeta russo percebeu que as ciências preparavam uma série de teorias que tirariam a responsabilidade do homem pelos seus atos.

O Fiódor deve tá se revirando no túmbulo

A moda pegou nos jantares inteligentes e hoje temos vários tipos de “teorias do fígado” para justificar nossas misérias morais.
Uma delas é a teoria de que somos construídos socialmente.
Dito de outra forma: O “sujeito é um constructo social”. Logo, quebro loja em Londres porque fui “construído” para enlouquecer se não tenho um iPad. Tadinho…
Tem gente por aí que tem verdadeiro orgasmo com essa bobagem.
Não resta dúvida de que há algo verdadeiro na ideia de que somos influenciados pelo meio em que vivemos.
Por exemplo, se você nasce numa favela, isso não vai passar “desapercebido” nos seus modos à mesa, no seu comportamento cotidiano e nas suas expectativas e possibilidades na vida.
Mas aí dizer que “o sujeito é um constructo social” é pura picaretagem intelectual. Ninguém consegue ou conseguirá provar isso nunca, mas quem precisa de “provas” quando o que está em jogo são as ciências humanas, que de “ciência” não têm nada.
Esse blábláblá não só exime o sujeito da responsabilidade moral, como abre a porta para todo tipo de “experimento” psicossocial, político ou justificativa moral, que, na realidade, serve pra qualquer um inventar todo tipo de conversa fiada em ciências humanas “práticas”.
Por que tanta gente adora essa teoria? Suponho que, antes de tudo, o alivie de ser você e coloque a “culpa” de você ser você no pai, na mãe, na escola, na vizinha, na sociedade, no consumo, na igreja, no patriarcalismo, no machismo, na cama de casal, no iPad, no diabo a quatro. Menos em você.
Temos aí uma prova de que grande parte das ciências humanas não reconhece o conceito de caráter.
Moral é exatamente você resistir a impulsos que outras pessoas, sem caráter, não resistem. Já leu Aristóteles? Kant?
A “culpa” do que hoje acontece em Londres não é do consumo. Homens sempre quebram coisas de vez em quando e querem coisas sem esforço. As causas podem variar. Hoje em dia, seguramente, uma delas é que muita gente está acostumada a um Estado de bem estar social que os trata como bebês. A preguiça, sim, é um traço universal do ser humano”.
Queria ver o pondé nascer negro numa favela e não ter nenhuma expectativa da vida, muito fácil falar que não existe determinação social quando o social só te ajudou. Ah, to sem saco pra falar dessa coisa do social, vai ler Levi-strauss, MArx, Poulantzas, Castells, e segue a lista.
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Carol 25/08/2011
uma possibilidade poética de contra-argumentação ao pondé: http://www.elsonfroes.com.br/kamiquase/ensaioPL2.htm
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Mathias 25/08/2011
o ideal de emancipação social, que o liberal das sociedades metropolitanas “busca” ou na qual “acredita”, está sempre vinculado à lógica da regulação; uma não existe sem a outra. porém, como defende o próprio boaventura e já usando os termos dele, o paradigma regulação/emancipação nas sociedades metropolitanas tem sido colocado em risco pela presença cada vez maior do paradigma da apropriação/violência nos seus territórios – este, que vigora há séculos no “outro lado da linha”, ou seja, nas zonas colonais, está a emergir nas sociedades metropolitanas. no caso da inglaterra (uma “sociedade metropolitana”), se podemos usar a teoria do boaventura, quando o estado se retira da regulação social e os serviços públicos são privatizados, surge o que ele chama de “fascismo social”: “um novo tipo de regime social de relações de poder extremamente desiguais que concedem à parte mais forte o poder de veto sobre a vida e o modo de vida da parte mais fraca”, em outras palavras, um regime onde os que um iPad têm poder de veto sobre o desejo daqueles que não tem um iPad, mas gostariam de ter. uma das formas do fascismo social é o “fascismo do apartheid social”, que trata de segregar socialmente os excluídos (os “sem iPads”) através de uma cartografia urbana dividida em zonas selvagens e zonas civilizadas. (haja vista a “selvageria” à qual tais marginais têm se entregado nas periferias, onde ateiam fogo em lojas depois de saqueá-las etc…)

“O fascismo social é a nova forma do estado de natureza e prolifera à
sombra do contrato social sob duas formas: pós-contratualismo e pré-contratualismo.
O pós-contratualismo é o processo pelo qual grupos e interesses
sociais até agora incluídos no contrato social são dele excluídos sem
qualquer perspectiva de regresso: trabalhadores e classes populares são
expulsos do contrato social através da eliminação dos seus direitos sociais
e económicos, tornando-se assim populações descartáveis. O pré-contratualismo
consiste no bloqueamento do acesso à cidadania a grupos sociais que
anteriormente se consideravam candidatos à cidadania e tinham a expectativa
fundada de a ela aceder: por exemplo, a juventude urbana habitante
dos guetos das megacidades do Norte global e do Sul global.'” (p. 17)
assim, pra mim faz sentido que o pensamento do pondé esteja operando na lógica do pensamento abissal, aquele que traz uma distância abissal entre o “eu” e o “outro” e opera sempre nessa dicotomia quando o ideal de emancipação liberal prometido pela modernidade é colocado em xeque pelo “outro” (no caso, pelos “sem iPads”). esse pensamento tende a ridicularizar, animalizar/desumanizar, aquele que não compartilha de uma ética que o impediria de transgredir regras que sustentam uma ordem que, no fim das contas, historicamente o explora. pondé demonstra ignorar que um estado de bem-estar social esteve aliado ao progresso da ciência e da tecnologia (se não foi uma condição para tal progresso) para que hoje tivéssemos esses lymdos iPads.
com o boaventura, tendo a acreditar que esse pensamento abissal se apóia numa epistemologia que não considera outras formas formas de pensar, outros modos de vida, senão aqueles do cânone científico ocidental. “assim, a resistência política deve ter como postulado a resistência epistemológica”. essa resistência deve dar origem a um pensamento pós-abissal, que considera que a diversidade do mundo é inesgotável e, portanto, a diversidade epistemológica do mundo está em permanente construção – ao contrário de um pensamento abissal, monolítico à ponde, que considera já ter descoberto as verdades universais válidas para qualquer povo, indivíduo, contexto, planeta… enfim… universal é universal, né? rs
bom, isso tudo eu tive saco de escrever porque faz parte de um projeto que eu to desenvolvendo na escola onde dou aula – por isso que eu tive saco, ou melhor, não está sendo sacal escrever.. está sendo legal, e pós-abissal, rs. o projeto tem como objetivo desenvolver práticas de uma “pedagogia para a emancipação”, ou seja, práticas pedagógicas contra-hegemônicas que visem a auto-organização dos estudantes por meio de uma relação horizontal não só entre eles, mas entre mim e eles, uma vez que o que se busca é justamente estabelecer relações para além do pensamento abissal que divide “eu”/”outro”.
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Aline 24/08/2011 (em negrito)
A culpa do que ocorre em Londres não é do consumo. Muitos se acostumaram a ser tratados como bebês
“Você sabia que agora existe em Londres o movimento dos sem-iPad? Coitadinhos deles. Quebram tudo porque a malvada sociedade do consumo os obriga a desejar iPads… No passado todo mundo era “obrigado” a desejar cavalos, tecidos de seda, especiarias, facas, tambores, ouro, mulheres…
Como ficam as pessoas que desejam, não têm, mas nem por isso saqueiam lojas, mas sim trabalham duro? Seriam estes uns idiotas por saberem que nem tudo que queremos podemos ter e que a vida sempre foi dura? 

Isso é mentira, porque a Sociologia e a História estão cheias de textos e livros completos de rebeliões, motins, revoltas e revoluções que foram feitas nessa época do “passado” justamente porque as pessoas não suportavam a desigualdade que existia na sociedade em que elas viviam. Ipads, assim como cavalos, tecidos de seda, especiarias, facas, tambores e mulheres são, em suas respectivas épocas, elementos que distinguem a elite dos setores populares. Em ambos os casos, acredito, guardadas as devidas proporções, a revolta é contra o fosso de desigualdade que separa os sem-iPad, dos com-iPad; os sem-cavalo, dos com-cavalo; etc.

E outra premissa da qual ele parte e que é falsa é a premissa de que “nem tudo que queremos poder ter e que a vida sempre foi dura”: algumas pessoas podem ter tudo o que querem e para elas, provavelmente a vida nem sempre é dura.

Além disso, nesses mesmos livros que eu falei anteriormente, as pessoas de outras épocas, do “passado”, saqueavam sim as lojas, destruíam os moinhos, matavam nobres…

Esta questão é moral. Dizer que não é moral é não saber o que é moral, ou apenas oportunismo… moral. Resistir ao desejo é um problema de caráter. Um dos pecados do pensamento público hoje é não reconhecer o conceito de caráter.
Logo existirão os “sem-Ferrari”, os “sem-Blackberry”, os “sem-Prada” também? Que tal um “bolsa Blackberry”? Devemos criar um imposto para os “sem-Blackberry”?
Na Inglaterra, dizem, existem famílias que nunca trabalharam vivendo graças ao governo há gerações. É, tem gente que ainda não aprendeu que não existe almoço de graça.

 

Esse é o mesmo argumento de qualquer bem-nascido e patrão que reclama do Bolsa Família porque não tem mais empregada(o) doméstica(o) ou que o porteiro do seu prédio se demitiu e voltou para sua terra natal. Eessa pessoa, a que reclama, simplesmente não enxerga que o fato de que essas pessoas escolhem viver com ajuda dos governos – que não faz ninguém rico – a ser explorado, maltratado, pisoteado diariamente. O cálculo é basicamente: “vou ter que aguentar todo dia um filho-da-puta botando o dedo na minha cara e enchendo meu saco falando q eu tenho que trabalhar mais ou volto pra minha terra, fico com minha família e vivo do Bolsa Família?” as pessoas não são burras, nem preguiçosas, nem acomodadas. Acho que ninguém gosta de ser tratado como supérfluo.

Mas esse fenômeno de querer desculpar todo mundo da responsabilidade moral do que faz não é invenção de quem hoje justifica a violência em Londres clamando por justiça social na distribuição de iPads.
É conhecida a passagem na qual o “homem do subsolo” no livro “Memórias do Subsolo”, de Dostoiévski, abre suas confissões dizendo que é um homem amargo. Em seguida, alude à teoria comum de que ele assim o seria por sofrer do fígado. Logo, a culpa por ele ser amargo seria do fígado.
Ele recusa tal desculpa para sua personalidade insuportável e prefere assumir que é mesmo um homem mau. Eis um homem de caráter, coisa rara hoje em dia.
Agora, todo mundo gosta de “algum fígado” (a sociedade de consumo, o patriarcalismo, a Apple) que justifique suas misérias morais.
O profeta russo percebeu que as ciências preparavam uma série de teorias que tirariam a responsabilidade do homem pelos seus atos.

 

Provavelmente, aqui ele está falando do marxismo, anarquismo e todas essas “teorias que tirariam a responsabilidade do homem pelos seus atos”. Espero que nessa categoria, ele inclua também liberalismo, neoliberalismo, nazismo, fascismo, colonialismo, imperialismo. Porque foram também todas teorias que os homens usaram para justificar seus atos… de pilhagem, genocídio, exploração, etc. Até aí… uma teoria contra a outra, é questão de escolha individual, portanto moral, a sua opção…

O duro é que ele chama de “miséria moral” o fato de as pessoas perceberem a desigualdade que as rodeia e lutarem contra essa situação. E para ele, provavelmente, é completamente aceitável, o fato de que os Estados Unidos e a Europa, bastiões da democracia e dos direitos humanos, invadam outros países, matem civis, militares, fazem o diabo-a-quatro…

Cada um com suas escolhas…

A moda pegou nos jantares inteligentes e hoje temos vários tipos de “teorias do fígado” para justificar nossas misérias morais.
Uma delas é a teoria de que somos construídos socialmente.
Dito de outra forma: O “sujeito é um constructo social”. Logo, quebro loja em Londres porque fui “construído” para enlouquecer se não tenho um iPad. Tadinho…

 

Ele está fazendo uma simplificação chula… nem precisa argumentar…

Tem gente por aí que tem verdadeiro orgasmo com essa bobagem.
Não resta dúvida de que há algo verdadeiro na ideia de que somos influenciados pelo meio em que vivemos.
Por exemplo, se você nasce numa favela, isso não vai passar “desapercebido” nos seus modos à mesa, no seu comportamento cotidiano e nas suas expectativas e possibilidades na vida.
Mas aí dizer que “o sujeito é um constructo social” é pura picaretagem intelectual. Ninguém consegue ou conseguirá provar isso nunca, mas quem precisa de “provas” quando o que está em jogo são as ciências humanas, que de “ciência” não têm nada.

 

Nem as outras ciências também… depois de Foucault, tudo virou saber e discurso e, sinto muito, questão de verdade é luta pelo poder.

Esse blábláblá não só exime o sujeito da responsabilidade moral, como abre a porta para todo tipo de “experimento” psicossocial, político ou justificativa moral, que, na realidade, serve pra qualquer um inventar todo tipo de conversa fiada em ciências humanas “práticas”.

 

Infelizmente isso não é só blablabla… o nazismo provou, com os campos de concentração, que o homem realmente é capaz de tudo, de transformar o próprio homem em animais, em mortos-vivos, sem vontade, sem espontaneidade.

De fato, o homem é sim um contructo social.

Por que tanta gente adora essa teoria? Suponho que, antes de tudo, o alivie de ser você e coloque a “culpa” de você ser você no pai, na mãe, na escola, na vizinha, na sociedade, no consumo, na igreja, no patriarcalismo, no machismo, na cama de casal, no iPad, no diabo a quatro. Menos em você.
Temos aí uma prova de que grande parte das ciências humanas não reconhece o conceito de caráter.
Moral é exatamente você resistir a impulsos que outras pessoas, sem caráter, não resistem. Já leu Aristóteles? Kant?

 

Infelizmente, a moral não existe por si só, como se fosse uma entidade com vida própria, mas vive nos homens e através deles… portanto, é reflexo da vida em sociedade, sim…

Aristóteles é o cara que fala que o homem é um ser político, oras… e a política, por acaso, é a interação de autômatos?

A “culpa” do que hoje acontece em Londres não é do consumo. Homens sempre quebram coisas de vez em quando e querem coisas sem esforço. As causas podem variar. Hoje em dia, seguramente, uma delas é que muita gente está acostumada a um Estado de bem estar social que os trata como bebês. A preguiça, sim, é um traço universal do ser humano”.

 

Só se for a experiência dele…

 

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Guga 23/08/2011
ele constrói um texto com argumento silogistico…. passando de premissas da esfera material do consumo para os desejos e impulsos teoricamente intrísecos ao homem… e inferindo sobre moral e caráter….num psicar de olhos.. como se tudo fiezesse sentido;;;;;;;;;; só por isso dá pra falar q eh um monte de merda….
mais pontualmente…….sei lah…. por exemplo essa frase: “Como ficam as pessoas que desejam, não têm, mas nem por isso saqueiam lojas, mas sim trabalham duro? Seriam estes uns idiotas por saberem que nem tudo que queremos podemos ter e que a vida sempre foi dura?” partindo da idéia de que sim o produto do capitalismo se impoe como necessidade de consumo e que dadas as relações de trabalho e de desemprego é impossivel para certas pessoas obter certos produtos….chegamos a conclusao que sim… é uma merda o que ele falaou…. se entendermos a frase dele… podemos resumir como algo tipo: conforme-se nem tudo o que você quer vc pode ter……..ou trabalhe duro que vc conseguirá….. o problema é que ele não tá falando de objetivos subjetivos… ele tá falando de um bem material oferecido….no qual uma parte da sociedade pode obte-lo pela venda da mao-de-obra…. a outra parte o que faz? … daí depois ele fala que esse movimento do sem-ipads é algo… sei lah… tipo fruto de um mau costume advindo do Estado de bem estar social…….
…..
ou sei lah… essa frase:

“O “sujeito é um constructo social”. Logo, quebro loja em Londres porque fui “construído” para enlouquecer se não tenho um iPad. Tadinho… “

o homem é um constructo social… mas ele não é feito para enlouquecer se não tiver um tal produto…. ou pelo menos não é assim que eu acredito que se justifique…. … poderiamos dizer que o homem é construído para consumir certos produtos no dia-a-dia… e quando não consegue atingir seu objeto de consumo… se revolta (sem cargas pejorativas)…… e isso não é absurdo…. partindo-se de um ideal de igualdade………

outra coisa…. ele fala achando que o ipad é um bem material superfluo….. mas ele não percebe que ter em maos certas tecnologias é o que permite às pessoas a terem acesso a uma caralhada de coisa… inclusive possibilita as pessoas a se adaptar a certas velocidades de pensamento e raciociono que nos é necessitada atualmente…..

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